O Irã, com seus 92 milhões de habitantes, tem quase metade da população abaixo dos 30 anos. Essa juventude está na linha de frente dos protestos contra o regime dos aiatolás, utilizando as redes sociais para expressar sua insatisfação, mas enfrentando uma repressão violenta da Guarda Revolucionária. O país, de origem persa e xiita, vive um conflito intenso com Israel, estado judaico que enxerga a minoria xiita como inimiga. Essa disputa tem um viés religioso e geopolítico, já que o Irã busca ampliar a sua influência no Oriente Médio. Isso enquanto os regimes sunitas, como o da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, defendem a maioria islâmica sunita e se opõem ao poder iraniano.
Israel, por sua vez, realiza ataques frequentes contra alvos iranianos e de seus aliados, como o Hezbollah e milícias no Iêmen, numa tentativa de impedir o avanço dos xiitas. Apesar da ausência de provas inequívocas da produção de armas nucleares pelo Irã, as suspeitas alimentam o conflito. Declarações diplomáticas acerca de um cessar-fogo não impedem ações militares e a escalada tensa entre os dois países, que mantêm um delicado equilíbrio para evitar uma guerra aberta, mas sem sinais considerados claros de uma trégua duradoura e definitiva.
Nesse contexto, o Brasil, embora distante geograficamente, tem sua economia diretamente influenciada pelo desenrolar desse conflito. Como um importante produtor de petróleo, o país pode se beneficiar com a alta nos preços do combustível no mercado internacional, o que eleva a receita das exportações. Porém, como importador de derivados e consumidor interno, o brasileiro sente no bolso o aumento do preço da gasolina, diesel e energia, impactando o custo do transporte e de produtos essenciais. A alta do petróleo, portanto, traz ganhos para o setor produtivo nacional, mas representa desafios para a população comum, que enfrenta o aumento no custo de vida, com a alta dos custos de produção e distribuição, refletida no aumento de preços ao consumidor.
O resultado, até agora, é uma guerra que parece não ter fim, alimentada por rivalidades religiosas, étnicas e políticas profundamente enraizadas. A população jovem do Irã, marcada pela insatisfação e o desejo de mudanças, pode vir a ser um fator decisivo para o futuro do país. Entretanto, enquanto as disputas regionais, apoiadas por blocos religiosos e geopolíticos, persistirem, o Oriente Médio continuará a ser palco dessa tensão inacabada entre o Irã persa xiita e Israel, com seus aliados sunitas ao redor, uma equação complexa que desafia soluções fáceis e põe em risco a estabilidade da região. Ansioso o mundo aguarda pelo desfecho de mais um conflito no Oriente Médio, enquanto assiste o pequeno país de Israel cada vez mais demonstrar possuir mais força tática, estratégica, militar e influência política sobre a região que os gigantes do petróleo, ricos, maiores e bem mais populosos, contudo menos fortes.
Teobaldo Pedro
